HIGIENE E DESINFEÇÃO DA ROUPA

Publicado por Pedro Mesquita em
HIGIENE E DESINFEÇÃO DA ROUPA

A lavagem e desinfeção adequada da roupa é um fator importante para a nossa saúde.

Nesta altura de pandemia queremos contribuir para esclarecer um pouco melhor os riscos que corremos com o contágio por vários tipos vírus muito diferentes uns dos outros. Nesta fase não pretendemos de todo reduzir este artigo a escrever sobre o Covid e o SARS-CoV-2, pois sobre ele já muito se escreveu.

Efetivamente o ser humano está exposto a muitos vírus diferentes, sendo alguns deles tão ou mais perigosos que o SARS-CoV-2.

Os vírus são na realidade verdadeiros parasitas, o que significa que só podem reproduzir-se dentro do seu hospedeiro. Os vírus não têm a estrutura de organismo normal, como as plantas, os animais ou mesmo as bactérias. Para se reproduzirem, eles usam o seu código genético (DNA ou RNA) de forma a levar a célula hospedeira a fazer mais cópias do vírus. Para que um vírus consiga enganar o hospedeiro, eles têm de conseguir entrar nas células hospedeiras adequadas. Por exemplo, o SARS-CoV-2 só se reproduz dentro das células que revestem o trato respiratório humano. Um vírus que causa doenças gastrointestinais, como o norovírus, só se reproduz dentro das células que revestem os intestinos.

Genericamente falando sabemos existirem dois tipos de vírus: os vírus envelopados e os vírus não envelopados.

Vírus envelopado

Os vírus envelopados: os vírus podem ser classificados com base no tipo de material genético (DNA ou RNA) e na estrutura, como envelopados ou não. A estrutura de todos os vírus inclui um invólucro de proteína denominado “capsídeo”. Os vírus envelopados têm uma camada adicional que cobre o capsídeo. Essa membrana é composta de lipídios e proteínas que o vírus “roubou” das células hospedeiras e glicoproteínas virais (açúcares combinados com proteínas). Os picos que se vêm em imagens de vírus envelopados, como o SARS-CoV-2, representam estruturas no envelope viral. Esses tipos de vírus precisam de um capsídeo intacto e do envelope para infetar as células. O envelope também ajuda a evitar a deteção pelo sistema imunitário do hospedeiro, porque faz com que o vírus se pareça com qualquer outra célula hospedeira. Mas, o envelope acaba por ser um alvo fácil para destruirmos o vírus, quando este está fora do hospedeiro. Determinados detergentes, álcool, alguns desinfetantes e sabão podem romper o invólucro oleoso e seus componentes, destruindo a capacidade do vírus de infetar células, inativando por isso o vírus.

Os vírus envelopados podem causar infeções persistentes e podem facilmente ser transferidos de um hospedeiro para outro. Exemplos de vírus envelopados incluem aqueles que causam doenças como COVID-19, Influenza, Hepatite B, Hepatite C e a Febre Hemorrágica (Doença causada pelo Vírus Ébola).

Vírus não envelopadoOs vírus não envelopados: os vírus sem envelope não têm uma cobertura lipídica, mas os seus efeitos em humanos podem ser igualmente devastadores. Esses vírus “nus” precisam apenas de seu capsídeo baseado em proteína e de proteínas específicas na deteção do hospedeiro para infetar as células deste. No entanto, por não terem um envelope lipídico, são mais resistentes a muitos desinfetantes, ao calor e à desidratação. Exemplos de vírus sem envelope incluem os tipos que podem causar disenteria (Norovírus), resfriados comuns (Rinovírus) e a Pólio (Poliovírus).

Os vírus são omnipresentes no nosso planeta e algumas doenças virais podem ter efeitos devastadores em populações inteiras de organismos, desde os humanos até às bactérias.

A limpeza, a higienização e a desinfeção de superfícies, da roupa e das mãos é um aspeto importante na batalha contínua contra quaisquer ameaças microbianas, mas, para vírus envelopados como o SARS-CoV-2, reduzir a oportunidade de transmissão de pessoa para pessoa por meio do distanciamento físico e do uso de equipamento de proteção individual adequado é a chave para vencer a guerra.

LAVAR E DESINFETAR A ROUPA:

Limpar e desinfetar são processos diferentes.

A limpeza envolve a remoção da sujidade e germes das superfícies. Embora a limpeza possa diminuir o risco de disseminação de agentes infeciosos, como vírus e bactérias, ela não os mata ou inativa.

A desinfeção requer o uso de produtos químicos que matam os germes. Desinfetar superfícies e têxteis após limpá-los pode reduzir ainda mais o risco de propagação de infeções.

As autoridades de saúde pública, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), afirmam que o SARS-CoV-2 se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato direto e indireto com gotículas respiratórias que contêm o vírus, pelo que precauções, como distanciamento físico, quarentena e autoisolamento, podem ajudar a reduzir o risco de transmissão direta. No entanto, as gotículas respiratórias podem cair em objetos e superfícies. O SARS-CoV-2 pode entrar no corpo de uma pessoa se ela tocar nessas superfícies e, em seguida, tocar seus olhos, nariz ou boca.

Estudos sugerem que os coronavírus humanos, como os responsáveis ​​pela síndrome respiratória aguda grave (SARS) e síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS), podem permanecer em superfícies de metal, vidro e plástico por até 9 dias.

Os autores de um estudo publicado no “The Lancet Microbe” afirmam que o SARS-CoV-2 é mais estável em superfícies lisas e rígidas, como vidro ou metal e relatam que o vírus permaneceu infecioso entre 3 e 7 dias em superfícies de vidro, aço inoxidável e plástico, e cerca de 2 dias em madeira e tecido. Esta investigação também sugere que o SARS-CoV-2 é altamente sensível ao calor. Depois de aumentar a temperatura para 70 ° C, o vírus tornou-se inativo em 5 minutos.

Acontece que, como sabemos, existem muito mais vírus infeciosos além do SARS-CoV-2, que sendo um vírus envelopado é relativamente fácil de inativar. Também não deixa de ser verdade que o nem toda a roupa é suscetível de ser lavada a temperaturas elevadas, ou de ser desinfetada com lixívia (solução de hipoclorito de sódio).

Por essa razão a CIMAI tem atualizado constantemente as suas formulações a pensar nestas limitações, pelo que nos dias de hoje os nossos detergentes da roupa são formulados com uma complexa mistura de tensioativos capazes de romper o envelope do vírus envelopados, de forma a torná-los inativos. No caso dos vírus não envelopados, muito recentemente a CIMAI desenvolveu um amaciador com uma fórmula onde incluiu potentes desinfetantes catiónicos, capazes de fazer a desnaturação do capsídeo dos vírus não envelopados e de atacar o seu material genético, inativando, portanto, a capacidade replicativa destes vírus.

A presença de desinfetantes no amaciador visa também fazer uma desinfeção do tambor das máquinas de lavar nos ciclos finais de lavagem, com o intuito de destruir vírus e bactérias que pudessem ficar depositados. Esta desinfeção é de importância vital nas máquinas de lavar das lavandarias industriais e self-service, em que a roupa lavada não pertence a um só agregado familiar.

 

 


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1 comentário

Ana Lopes em

Pena não estar a informação do amaciador e dos detergentes que tem essas características,obg.


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